
Abram alas para Felicity Huffman.
De vez em quando aparece um personagem que não imaginamos outra pessoa que não aquela a fazê-lo. Aconteceu com Hillary Swank em Boys Don't Cry, com Charlize Theron em Monster ou até mesmo com o nariz de Nicole Kidman em The Hours. Vê-se a milhas que é um papel que vai surpreender tudo e todos, mais que não seja pela intensa caracterização física a que as actrizes são submetidas. E a verdade é que nenhuma das citadas anteriormente desiludiu, bem pelo contrário, todas elas foram aplaudidas pela crítica e galardoadas com o prémio máximo do cinema, o Oscar. Será Felicity Huffman a próxima? Certamente.
Mas entao o que é Transamerica (para além de Felicity Huffman)? Bom, há um rapaz que é filho dele/a, órfão de mãe e proxeneta nas horas livres que, por acaso, parece uma encarnação do filho de Orlando Bloom com o Leonardo Dicaprio. Há um carro, uma road-trip, uma família disfuncional (como manda o bom filme dramático) e voilá.
Seria injusto reduzir o filme e o trabalho de Duncan Tucker a isto, mas a verdade é que acabamos de visiona-lo e não conseguimos pensar noutra coisa que não seja a interpretação de Felicity Huffman. Há bons momentos de drama, de conflito dos personagens, e depois há Felicity Huffman numa escala muito acima. O argumento está bem conseguido, cativa, mas o que nos faz ficar a olhar para o ecrã até ao final do filme é FELICITY HUFFMAN. Longe do seu papel de dona de casa desesperada, a actriz prova que é mais do que uma actriz de televisão, que é mais do que capaz de conduzir um filme sozinha e acima de tudo, é mais do que capaz de conseguir convencer toda a gente de que por baixo daquela mulher, está um homem.
Por terras portuguesas o filme ainda não tem data de estreia, mas fica a confirmação de que esta será uma das maiores performances do ano de 2006. Venha o Oscar para a senhora Huffman.  A minha classificação é de: 8/10 (obviamente que esta é a pontuação do filme no geral. A actriz principal levaria um 10 só pelo seu desempenho)Etiquetas: Criticas |
Ela já tinha entrado em Magnólia num papel secundário (era a assistente principal de produção do concurso de televisão) mas com optimos resultados! Agora tem de voar mais alto!... até porque a sua dona de casa desesperada está perfeito pela "verossimilhança" com a realidade